Casa no Jardim Europa
Felipe Barradas
Lucas Roca
Martha Bucci
Tatiana Ozzetti
Victor Próspero
Beatriz Marques
Nilton Suenaga
Henrique Muniz
Azul Campos
Larissa Fiorin
Miguel Arturo Croce
Paula Dal Maso
Ibsen Puleo Uvo
INSTALAÇÕES
JPD
FUNDAÇÕES
Apoio Assessoria e Projeto de Fundações
[José Luiz de Paula Eduardo]
SISTEMA ESTRUTURAL
Concreto armado
PRINCIPAIS MATERIAIS
Concreto, vidro
ÁREA DO TERRENO
238,96 m²
ÁREA CONSTRUÍDA
372,02 m²
FOTOS
Nelson Kon
O argumento inicial para este projeto leva em consideração o contraste entre construção e área verde que ali é percebido em duas escalas distintas:
[1] o bairro, Jardim Europa, circundado por edifícios verticais, se caracteriza como uma grande ilha verde densamente arborizada. Tal configuração se deve aos princípios urbanísticos que orientaram o desenho do loteamento nos anos 1910 e 1920.
[2] uma árvore com 15 metros de altura é um marco na altura do número 440 da rua Bélgica onde esta casa se localiza. Quando vista de dentro do lote, a copa daquela tipuana não cabe no recorte de paisagem que as divisas laterais enquadram.
O pequeno lote, 238 metros quadrados, contrasta com grandes propriedades na vizinhança. Seu perímetro está definido por um polígono irregular de quatro lados sem linhas paralelas ou ângulos retos. O fundo do lote é marcado pela divisa em ângulo agudo. Ali a regra é que as casas definem volumes claros de tal modo que árvores e construção sejam claramente separadas.
Na escala da cidade aprisionou-se o verde dentro do bairro. Na escala das casas ele ficou trancado para fora.
Você entra nas casas e já sabe, o núcleo está completamente construído e, por isso, afasta-se da luz natural. O princípio que orientou a proposta para esta casa é o oposto: interior e exterior, ou construção e verde, se mesclam e mudam a percepção das dimensões exíguas do lote. A estratégia, como se desdobrasse o volume típico, numa laje fluida que pudesse seguir por entre externos e áreas verdes. A meta é simples, mas difícil de ser alcançada. Tanto pelas dimensões exíguas do lote, quanto pelas restrições normativas e, claro, por ser imprescindível chegar ao máximo aproveitamento do lote, ou seja, duas lajes sobrepostas com 119 metros quadrados cada uma.
Foi esse o desafio que escolheu-se enfrentar aqui: como desdobrar um volume onde parecia não existir espaço para espalhar nada?
O resultado é claro e óbvio. A geometria deriva do polígono irregular que define seu limite.
Em si não passa de um fragmento, um ensaio. Um exemplo de que o desenho de um projeto de arquitetura concretiza ideias claras e simples como mesclar o dentro e o fora ou caminhar em casa como se fosse na copa de uma árvore que já estava ali.